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  • Foto do escritorNina Fernández

Uma tarde mineira com afeto

Atualizado: 9 de set. de 2021

Era dia de subir a serra para mais uma temporada no mato com meus pais.


O cardápio do primeiro sábado havia sido pensado e decidido em função do tempo ameno: o plano era colocar fogo na lenha e o fogão para trabalhar. Nada mais justo que juntar a essa equação o sabor da comida mineira.


A princípio éramos só nós três – minha mãe, meu pai e eu.


Mas logo se juntaram a nós um casal de amigos, também isolados na serra desde o início da pandemia, são um dos poucos amigos que meus pais têm convivido.


Nilse, mineiro de Catiara, nosso mestre da botânica, cozinheiro de mão cheia e inigualável contador de histórias. Vejam bem, eu disse mineiro de Catiara, sua presença elevou consideravelmente a minha responsabilidade no fogão.


Conseguem imaginar a responsabilidade?


Já na véspera comecei o preparo da costela de porco do Zé Pedro da Ponte, que passaria a noite de molho nos temperos: cenoura, cebola, alho, alho poró, pimentão, tomates, cenoura e cerveja.

No dia seguinte, logo cedo, acendi o fogo e comecei o processo de cozimento da carne, que leva horas na panela. “Até que a carne solte do osso”, como diz meu amigo Nery.



Por volta de 12h30 chegam as visitas com um belo queijo de Catiara de presente, trazido direto da fazenda da família.


Aproveitamos o regalo e servimos de entrada junto com uma pêra dura do quintal, mel, jamón e, para honrar o tema do dia: o torresmo do Bimbinho.

O Bimbinho é um boteco que fica aqui perto de casa, na estrada de Itaipava para Teresópolis. Sem dúvida o melhor torresmo da região.



Depois de algumas taças de vinho e muitas histórias da última visita à roça, chegou o momento de ir para o fogão finalizar a costela e preparar o restante do almoço.

Deixei todos na varando e me dirigi ao fogão para selar as costelas no molho. Deixei o molho reduzir bastante na frigideira para ficar mais forte e dar uma bela cor à carne.



Em uma panela de ágata juntei 01 caneca do molho da carne (reservei antes da redução) com 1 litro de água e deixei ferver para então acrescentar 2 xícaras de canjiquinha, sal e pequenos pedaços da costela que se soltaram durante o cozimento.

Deixei 20 minutos cozinhando, sempre atenta para não grudar e mexendo quando achasse necessário.


Esse tempo foi o suficiente para finalizar a costela, fritar a linguiça defumada do Zé Pedro da Ponte e refogar a couve.


Foram 30 minutos até que tudo ficasse pronto e as comidas servidas em seus devidos recipientes e postas no aparador. Toquei o sino e o chamado do almoço se fez: comida está na mesa!


Fartos pratos, repetições e elogios encheram meu coração de afeto.



Saboreamos uma deliciosa, e simples, comida com tranquilidade, alegria e memórias afetivas que a comida proporcionou a todos, mas principalmente ao Nilse e minha mãe, capixaba também da roça.


A banana da terra frita foi obra da minha mãe, se deixarmos ela come banana com qualquer comida e todos os dias.

Para minha surpresa descobri que o verdadeiro acompanhamento da canjiquinha em Minas é a banana da terra frita, nos contou Nilse.


Aonde está meu pai, há de ter pimenta. Poderia ser um ditado, mas é só a realidade quando falamos dele, a pimenta está em todos os momentos. E da melhor forma possível: retirada do pé minutos antes de serem cortadas e transformadas no famoso “molho de pimenta do papai”.



Esse é o resumo de um dia feliz pra mim: oferecer e receber comida, com pessoas queridas ao redor.


Sobre as comidas:

Entradas:

  • Queijo de Catiara da fazendo da Nilse (que você pode substituir por qualquer queijo do tipo)

  • Pêra dura do quintal dos meus pais

  • Mel Friburguense

  • Jamón serrano

  • Baguete rústica e de alecrim

Assim como o jamón, os pães são do Bendito Armazém

  • Torresmo do Bimbinho

Principal:

  • Canjinquinha com costela de porco cozida na panela, linguiça de porco defumada, couve refogada e banana da terra frita.

Couve e banana orgânicas, do Hortifruti do André, que fica ao lado do Bimbinho.

As carnes de porco são do trailer do Zé Pedro (da Ponte é como nós, aqui em casa, o chamamos). O Zé e a Iledir, um casal querido, que aos sábados vendem todos os tipos de carne suína na ponte da segunda saída de Itaipava para a BR040.


Zé Pedro e Iledir: (24) 99266-6376/99203-5485/99201-1289/2222-8378

Bendito Armazém: Estr. União e Indústria, nº 10216 - Itaipava, Petrópolis - RJ, 25730-745

Hortifruti do André: Estr. Philuvio Cerqueira Rodrigues, 2399 - Itaipava, Petrópolis - RJ, 25745-075

Bimbinho: Estr. Philuvio Cerqueira Rodrigues, 2403 - Itaipava, Petrópolis - RJ, 25745-003

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