Na beira do rio a cinco passos do mar.
É assim o simples e acolhedor restaurante da Silvinha.

Paulista que há 25 anos se instalou na praia do Espelho, depois de uma viagem à Índia. Naquela época com a praia ainda virgem, ela foi uma das pioneiras na região.
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Silvinha tem apenas 4 mesas no restaurante, não cozinha aos domingos, só trabalha com reserva - e o horário da reserva é o horário que sua comida será servida.
Não esqueça essa informação, se não leva bronca como eu.
O cardápio e o valor são fixos há anos, volta e meia ela muda alguma coisa porque teve vontade. O preço é R$ 150,00 por pessoa (sem bebidas) e pode ser pago em dinheiro ou transferência.
Peixe ensopada em molho de shoyo com laranja (ou abacaxi, leite de coco e capim santo) acompanhado de arroz integral com cardamomo, lentilhas, purê de banana, legumes grelhados e chutneys de manga, abacaxi e maracujá.
E claro, a pimenta da casa.
Enquanto você espera sua mesa vagar o melhor é ficar sentado nas espreguiçadeiras do jardim, tomando um drink 🍸 e comendo o bolinho de arroz com especiarias.
Se você não quiser drinks, pode levar seu vinho, ela não cobra rolha.
Mas leve também seu gelo, ela empresta o balde.
Não tenha pressa, tudo por lá é feito por uma pequena equipe e tem seu tempo. Mas o tempo da Bahia é lindo.
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No final da sua refeição é servido um café coada com canela e cardamomo e um potinho de kalakand, um doce indiano que é a base de leite, açúcar e manteiga. Lembra muito o nosso leite condensado, mas com uma textura mais aerada.

Curta a paisagem, converse com os outros clientes, contemple seus privilégios e saboreie cada garfada dessa comida impecável, cheia de afeto, história e amor.
Tinha tempo, muito tempo, que eu não fazia uma refeição tão linda e saborosa.
OBS: Em nossos papos com a Silvinha soubemos que, após o carnaval de 2021, ela fechará as portas do restaurante e se dedicará apenas ao artesanato. Paixão que descobriu e aperfeiçoou ao longo dos anos.
A filha dela comanda o restaurante ao lado, um japonês chamado Sushi da Mel, que usa apenas peixes e frutos do mar da região. Não tive a chance de conhecer, mas na falta da Silvinha, minha próxima ida ao Espelho terá ela como destino.
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Axé e Namastê – que combinação peculiar e tão perfeita.
Fotos: Acervo pessoal
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