Em uma entrevista, o poeta Charles Simic foi questionado: "Que conselho você daria às pessoas que desejam ser felizes?" sua resposta foi "Para começar, aprenda a cozinhar".
Sou professora há mais de 10 anos e descobri uma forma de aprender sobre o que eu gosto, para ensinar e dar liberdade para outras pessoas (e ao mesmo tempo aprender mais).
Quando fui para a escola de cozinha acreditava que tinha que aprender as técnicas básicas para dizer que sabia cozinhar. E acho engraçado pensar no processo de aprendizagem porque muitas vezes desperdiçamos oportunidades maravilhosas de aprender da melhor forma possível: mantendo o olhar curioso enquanto outra pessoa cozinha.
Você aprende o que os outros fazem para descobrir o que o seu paladar gosta. Não é para repetir! É para aumentar seu repertório e adaptar à sua maneira.
Cozinhar é um somatório de coisas que aprendemos pelo caminho. É tentativa e erro. É manter o olhar atento e não estar no piloto automático. Adaptar, testar e saber que existem milhões de maneiras de preparar um ovo. E não existe a técnica perfeita, existe a forma de cozinhar que funciona para você. E esse conhecimento é a chave para a nossa liberdade.
Ter consciência sobre cozinhar é poder fazer escolhas alimentares boas, que fazem sentido na nossa vida e não necessariamente seguir o que os outros falam que temos que fazer. Como alguém tempera a sua granola é provavelmente diferente da forma que eu faço, mas não deixa de ser a mesma comida e não é por isso que eu não sei cozinhar.
Meu objetivo é ajudar você a ressignificar o ato de cozinhar, para que não seja visto como uma tarefa (ou "seguir uma receita"); mas uma forma de "estar" no mundo.
Cozinhar oferece a oportunidade de fazer uma imersão em seus sentidos e estar no presente como nenhuma outra atividade. Nessas horas, cozinhar transcende a tarefa chata e se torna um meio de meditação e até de encontro com você mesmo.
Na foto, batata rostie com um ovo nuvem em um dia de criatividade na cozinha.
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